terça-feira, 24 de maio de 2011

TREINAMENTO FEMININO - MICHI RITZ

Olá pessoal, é com grande honra  que postarei  hoje uma matéria sobre a doutora MICHI RITZ. Devo confessar que estava ansioso em colocar esta matéria no blog, isto porque sou um grande fã do seu trabalho, e da sua forma física. Mais ainda do que isto, fiquei  fã quando li que ela faz musculação desde os 14 anos. E por causa do preconceito da época, ela teve que esconder da família que estava levantando pesos. Recentemente mandei um email para ela pedindo autorização e algumas fotos para estar postando aqui. Gentilmente ele disse que não poderia por motivos contratuais.
Bom, isto não me impede que eu pegue então o que já existe na net e poste no meu blog. Afinal de contas a internet é bastante democrática, e como diz um amigo meu, “se não faz mal pra ninguém, que mal tem”!
OBS.: Me parece que ela está com um programa na TV Brasil, aos sábados.

Diz aí Michi...


MICHI RITZ




Meu nome é  Michi Ritz, sou carioca, graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduada em Cirurgia Geral e Medicina Hiperbárica.
Como médica, tenho obviamente uma vida muito atribulada de trabalho, plantões, compromissos profissionais e viagens. O fisiculturismo entra na minha vida como um hobby e estilo de vida. Não vivo da minha imagem e não estou diretamente envolvida em competições. Treino por puro prazer,  amor ao esporte e pela minha satisfação pessoal.

E como isso tudo começou? Ainda bem cedo, aos 14 anos, quando folheava um livro de ilustrações de Boris Vallejo, vi como este grande artista peruano retrava com perfeição as lindas Amazonas da Mitologia Grega.  Me encantei com os seus desenhos, verdadeiras obras de arte, que destacavam com perfeição a musculatura definida das guerreiras mitológicas, tornando-as esteticamente irretocáveis.

Olhando aquelas imagens, decidi que iria ficar exatamente daquele jeito! Foi assim que entrei pela primeira vez em uma sala de musculação. Não poderia imaginar, naquela época, a importância que este esporte teria futuramente em minha vida e em como viria a influenciar o meu estilo de vida dali para frente.

Me encantei com a musculação e o desafio crescente que os pesos representavam. O objetivo estético que inicialmente me guiou deixou de ser prioridade. A auto-superação e a vontade de romper limites a cada treino me motivavam cada vez mais. E foi assim que o fisiculturismo entrou na minha vida de forma definitiva.

Treino há aproximadamente 20 anos ininterruptamente, 07 dias por semana, fazendo um day-off esporadicamente (dia este em que a rotina do dia-a-dia me impossibilita de treinar ou por sentir que o meu corpo pede por  mais um dia de descanso).


Sou  auto-didata, tanto na minha dieta, quanto nos meus ciclos de treinamento. Nunca tive treinador. Sempre busquei, desde o início, estudar e aprimorar os meus conhecimentos na área de nutrição e treinamento desportivo, e aplicar e testar no meu próprio corpo os conhecimentos adquiridos.


Treino um grupamento muscular por dia até a completa exaustão. Normalmente seleciono 01 ou 02 exercícios básicos e faço 10 séries de 10-20 repetições para cada um.  Cada sessão de treinamento dura em média 35-45 minutos.
Aeróbicos não estão e nunca estiveram na minha rotina de treinamento, e definitivamente, passam longe da minha lista de preferidos.  Aprendi ao longo dos anos que o meu corpo simplesmente não funciona bem com eles. Além disso, a minha rotina de trabalho só me disponibiliza de no máximo 45-60 minutos de atividade física diária e certamente aeróbicos não seriam uma prioridade.

Adapto o meu peso corporal manipulando a quantidade de carboidratos e calorias na minha dieta ao longo do ano, mas na prática, trabalho com uma pequena variação de peso de no máximo 02kg para mais ou para menos  (variando entre 65-69kg).  Como não sou uma fisiculturista competitiva, não tenho prazos visando competições ou apresentações em datas específicas para cumprir.

A carga, o volume de treinamento e os exercícios selecionados, vou adaptando conforme o meu nível de energia, disposição e motivação no momento. Dou uma importância enorme aos alongamentos e por isso, após todo treino, dedico pelo menos 10 minutos à eles. É, sem dúvida, a melhor forma de se evitar futuras lesões.

O meu grande cuidado, hoje em dia, é evitar justamente lesões, uma vez que com o decorrer dos anos, a degeneração e o desgaste articular tornam-se evidentes. A capacidade de recuperação do organismo começa a declinar invariavelmente. Cargas muito pesadas por  longos períodos de tempo, irão gerar, certamente, lesões degenerativas devido à sobrecarga.
Hoje em dia, treino com cargas mais leves, atentando para a correta execução dos movimentos. Desta forma, requisito o maior número de feixes musculares e unidades motoras, estimulando a contração  muscular ao máximo, e em contra-partida, poupo as  minhas articulações da sobrecarga desnecessária. Concentração e foco são a chave para o sucesso.
Dou preferência sempre aos pesos livres e exercícios básicos, o que facilita e muito a continuidade da minha rotina de treinamento quando estou viajando ou sem acesso à academia. Com um simples par de halteres, uma barra e algumas anilhas; ou mesmo, com um simples suporte de barras e paralelas, consigo manter um bom treinamento por semanas.

Definitivamente, não é necessário uma grande quantidade de aparelhos e de toda a tecnologia que existe hoje em dia nas academias, para se conseguir bons resultados com a musculação. Os exercícios básicos e com pesos livres são os que  dão os melhores resultados, por estimularem não só os músculos alvos, mas também toda a musculatura estabilizadora envolvida na sua execução.

A seleção, a ordem e o número de repetições dos exercícios que executo é alterada periodicamente. Dou prioridade aos grupamentos musculares que acredito estarem mais deficientes no momento,  focando e dirigindo a intensidade do treino para eles por um período de tempo. Quando percebo uma boa resposta muscular, alterno novamente a prioridade muscular.

Desta forma, sempre existe um grupo muscular que escolho para dar mais ênfase do que os outros no meu programa de treinamento. Este grupamento recebe dois treinos semanais, diferentemente do restante do corpo, que treino apenas 1 vez na semana. Já fiz mega-ciclos de treinamento de alta intensidade para abdômen, panturrilhas e ombros, e acredito serem estes, hoje em dia,  os grupamentos musculares que em mim mais se destacam.

Segue abaixo um exemplo de uma semana de treino:
SEGUNDA-FEIRA:
AGACHAMENTO  LIVRE  COM  BARRA  -  10 séries de 10-20 repetições

TERÇA-FEIRA:
SUPINO RETO  -  10 séries de 10 repetições
PARALELA  -  10 séries de 10 repetições

QUARTA-FEIRA:
LEVANTAMENTO  TERRA   -  10 séries de 10-20 repetições

QUINTA-FEIRA:
ABDOMINAL  NO  BANCO  DECLINADO  COM  PESO  -  10 séries de 30 repetições

SEXTA-FEIRA:
PANTURRILHA  NO  HACK  -  10 séries de 20 repetições
PANTURRILHA  SENTADA   -  10 séries de  20 repetições

SÁBADO:
BARRA  LIVRE  SUPINADA   -   10 séries de 6-10 repetições
PULLOVER  -  10 séries de  10-20 repetições

DOMINGO:
DESENVOLVIMENTO  COM  BARRA   -  10 séries de 10-20 repetição




NUTRIÇÃO DE MICHI
Falaremos agora um pouco sobre a minha alimentação. Muitos que iniciam o treinamento com pesos focam demais a atenção nos treinamentos em si e esquecem que a alimentação é responsável por até 70% dos resultados.
De nada adianta se esforçar na academia e não dar a devida atenção ao que está se ingerindo. Tempo e dinheiro jogados fora. Como a minha rotina é muito corrida e boa parte das minhas refeições acabo fazendo na rua, desenvolvi um esquema super prático que me acompanha para onde quer que eu vá. A  proteína da minha dieta vem de 03 fontes distintas:
·         clara de ovo, whey protein e peito de frango. 

Sou vegetariana desde a infância e cortei todos os laticínios da minha dieta há aproximadamente 15 anos. Como fontes de carboidratos consumo em geral legumes, verduras, cereais e grãos integrais, sementes e frutas desidratadas.

Faço 06 refeições diárias, sempre associando uma fonte de carboidrato e outra de proteína. Tudo regado à muito azeite de oliva. No geral, poderia resumir minha dieta como sendo hiperproteica, hiperlipídica (rica em boas gorduras) e com um baixo teor de carboidratos.  Isso é o que funciona para mim.

Acho que o mais importante de estar enfatizando aqui para vocês, é que vocês devem estar sempre atentos á sua individualidade biológica e não tentar copiar a dieta ou o treino “daquele super atleta” que viram na revista ou televisão.

Cada organismo responde melhor à um certo tipo de treino ou dieta, e você só vai conseguir descobrir a sua “fórmula mágica pessoal” com tentativas e erros , ou seja, testando em você mesmo as possíveis combinações e variações e avaliando posteriormente os resultados.

Por isso que sempre falo: não adianta ter pressa e esperar resultados rápido demais. Somente com o tempo e experiência, você será capaz de fazer os ajustes finos que farão toda a diferença.